Como escuto o que eu escuto?
Esse texto é uma reflexão que parte dessa pergunta, que ouvi pela primeira vez de Humberto Maturana e Ximena Dávila.
E poder refletir sobre nossa escuta não é trivial, porque é através dela que apreendemos e interagimos com o mundo.
Tendemos a escutar a partir de nossos filtros (modelos mentais, experiências etc), ponderando o que coincide ou não com esses filtros e parâmetros. Como exercitar um escutar mais amplo e consciente desses filtros, um escutar legítimo que veja o outro, deixando de lado nossos pré-conceitos e que assim seja capaz de se abrir para o novo.
Um dos pontos importantes que vejo, é o desapego às verdades e crenças absolutas, as considerando como apenas uma das maneiras de enxergar o mundo.
Outro ponto, é o silencio, a verdadeira escuta acontece no esvaziamento de nossos pensamentos, na capacidade de receber o outro no silêncio interno.
Faço uma reflexão de que ouvir é abrir mão de nossos paradigmas, modelos mentais e pré-conceitos para deixar surgir o novo, para deixar surgir o outro.
A arte da escuta é aquela capaz de ouvir além do que é dito, silenciando e abrindo-se para o novo. É mais do que um ouvir externo, é também um ouvir interno, que deixa emergir nossa intuição e novas conexões a partir das experiências e interações que vivemos.
Assim, a arte da escuta, não só é fundamental para cada um de nós, como também o é para as organizações, pois dela emerge a inovação, os novos olhares, os novos talentos e novos fazeres.
Como escutamos o que escutamos?
(Narjara Thamiz)