quarta-feira, 28 de setembro de 2011

CoMPaRTiLhanDo...



Como escuto o que eu escuto?


Esse texto é uma reflexão que parte dessa pergunta, que ouvi pela primeira vez de Humberto Maturana e Ximena Dávila. 
E poder refletir sobre nossa escuta não é trivial, porque é através dela que apreendemos e interagimos com o mundo.
Tendemos a escutar a partir de nossos filtros (modelos mentais, experiências etc), ponderando o que coincide ou não com esses filtros e parâmetros. Como exercitar um escutar mais amplo e consciente desses filtros, um escutar legítimo que veja o outro, deixando de lado nossos pré-conceitos e que assim seja capaz de se abrir para o novo.
Um dos pontos importantes que vejo, é o desapego às verdades e crenças absolutas, as considerando como apenas uma das maneiras de enxergar o mundo.
Outro ponto, é o silencio, a verdadeira escuta acontece no esvaziamento de nossos pensamentos, na capacidade de receber o outro no silêncio interno.


Faço uma reflexão de que ouvir é abrir mão de nossos paradigmas, modelos mentais e pré-conceitos para deixar surgir o novo, para deixar surgir o outro. 


A arte da escuta é aquela capaz de ouvir além do que é dito, silenciando e abrindo-se para o novo. É mais do que um ouvir externo, é também um ouvir interno, que deixa emergir nossa intuição e novas conexões a partir das experiências e interações que vivemos.


Assim, a arte da escuta, não só é fundamental para cada um de nós, como também o é para as organizações, pois dela emerge a inovação, os novos olhares, os novos talentos e novos fazeres.
Como escutamos o que escutamos?


(Narjara Thamiz)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

amigos ...



[...] Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios [...]
(manoel de barros)