quinta-feira, 8 de outubro de 2009

quinta-feira, de chuva e friozinho... primavera...


... vivemos em um mundo relativo, no plano da dualidade não há espaço para absolutismos. O Talmud - o código de ética dos antigos hebreus - sintetiza bem a questão: tudo o que é adequado é fruto de uma tensão. Para me manter de pé ou praticar qualquer ato, por exemplo, necessito de um tanto de relaxamento e entrega e de outro tanto de contração e resistência muscular. Para a sabedoria taoísta, todas as nossas ações são fruto de uma preferência afetiva, e toda eleição pressupõe uma exclusão. Isto é inevitável, é o que se chama de livre arbítrio. Essas escolhas, contudo, têm seu valor dentro do tempo: são, como tudo mais, impermanentes. Após o seu “prazo de validade”, serão compensadas e relativamente equilibradas por sua polaridade oposta (após inspirar, você expira etc). Se insistem em se tornar definitivas, essas opções se transformam em parcialidades intelectuais, os fundamentos do preconceito.
Eu diria que o segredo da saúde está em poder lidar com as contradições inerentes ao exercício da vida, buscando transformá-las no paradoxo que integra e confere dignidade a ambos os lados do conflito. Ou, dito de outra forma: é saber responder adequadamente as perguntas - novas, sempre novas- que a vida nos traz.

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